Texto: Christovam Mendes
O
menino Neymar, o capitão, aquele que alguns juram ser personagem do livro
"Capitães de Areia' de Jorge Amado .
Hoje
os novos Capitães estão espalhados pelo Brasil , melhor dizendo : ainda
espalhados e os com talentos visados pelo futebol.
Na
literatura (recomendada por seu Blog) , os meninos de rua viviam na cidade de
Itabúna , os de hoje vivem em CT (centro de treinamento) mas só os que tem
sorte .
"Mas
uma história não tem nada a ver com a outra" dizem os letrados desse país
; como assim (pergunto) ?
Pré
-julgados e com a responsabilidade de sustentar e defender muitos em uma idade
onde deveriam estar brincando , namorando ao invés de serem cobrados, cobrados
e cobrados .
Assumo
que estou relacionando a obra de Jorge Amado de memória, afinal li
"Capitães de areia" na minha adolescência, pois não tinha celular e
nem PC , muito menos vídeo game .
Lembro
que a história é sobre meninos de rua que juntos formam uma "FAMÍLIA"
onde os mais velhos cuidam dos mais novos e ensinam como sobreviver nas ruas e
tem o pré julgamento da sociedade como se não tivessem jeito , apesar dessa
sociedade nunca ter dado , apoio , ajuda ou oportunidade a eles .
Os
meninos do futebol também são pré julgados e a esperança de família e amigos ,
sem ter o direito de falhar como se todos fossem ser "Neymar" da
noite pro dia e transformar a vida de quem o cerca em conto de fadas .
Em
comum : meninos que carregam o mundo nas costas mesmo sem ter alguma educação
ou preparo pra tal feito .
Só
sabem que tem que acordar e fazer , melhor, arcar com a obrigação.
Claro
que por ter citado o Neymar todos pensam num final feliz e milionário e
esquecem que milhares de meninos ficaram pelo caminho de sonhos do futebol.
O
que realmente é triste nessa história é que nossos jogadores bem sucedidos ou
não , não devem ter lido essa obra maravilhosa de Jorge Amado e pior ,
continuamos a produzir "Capitães de Areia" , meninos de rua, pivetes
, malandrinhos , menores abandonados, que são ruins no nosso preconceito e
lindos na literatura.
Até
a próxima .
Leitura
RECOMENDADA .
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