Eureka PaiD'égua -Parte2

Entrevista:Perla, da Seleção Brasileira de Basquete em Cadeira de Rodas

Crédito das imagens: Divulgação/ CBBC

Da Redação: Adriana Santos

Atleta: PERLA dos Santos Assunção
Clube: AllStar Rodas

 

Os atletas paraenses serão moradores da Vila Olímpica em agosto e Setembro.

 

 O melhor é  fazer parte destes sonhos Olímpicos e Paralímpicos,Perla será uma das estrelas do Norte brasileiro.

 

 

Há quanto tempo você pratica o Basquete em Cadeira de Rodas?

Comecei a jogar Basquete no ano de 2010,tem 6 anos que pratico este esporte.

Qual a sua deficiência e sua classe?
Lesão medular na altura t11/t12 após um acidente de carro (atropelamento) aos 7 anos de idade ,classe 2.0 .
Mas hoje vejo de outra forma ,sempre soube que Deus tinha um plano em minha vida e hoje sei e entendo o porque dele ter permitido isso acontecer.
Minha deficiência me deu asas para conhecer o mundo.
 

Todo início é complicado ,quais foram as maiores dificuldades que você encontrou ?

Mesmo sendo cadeirante tive muita dificuldade em me adaptar na Cadeira de Rodas do Basquete e achava impossível bater bola,reter e ter que tocar a cadeira .

Mas minha maior dificuldade foi ter que aprender a sair sozinha para os treinos ,pois não saia só para nenhum lugar .

 

Você joga no All Star Rodas em Belém ,existe apoio suficiente ao Basquete adaptado no Pará?

Comecei no All Star Rodas e estou até hoje ,temos patrocínio do Banco da Amazônia e o apoio da Secretaria de Esporte ,mas isso não está sendo suficiente .

Creio que não somente o Basquete mas outros esportes necessitam de mais apoio do nosso Estado.

O custo para que se mantenha num alto rendimento é muito alto e sozinho não tem condições de continuar.

 

Ter sido a "Atleta do Ano" conquistando o Troféu Rômulo Maiorana que é uma das premiações mais tradicionais do esporte paraense ,muita emoção e impulsionou sua carreira não foi?

Ganhei o Troféu Rômulo Maiorana ,foi motivo de muito orgulho e satisfação ser reconhecida pelo trabalho que fiz e não tem preço.

 

O nosso entrevistado Marcelo Romão ,Mecânico da Seleção Brasileira de Basquete em cadeira de Rodas elogiou você :"ela joga muito bem" a amizade com as outras atletas e membros da Comissão Técnica é uma medalha à parte?

Sempre digo que em esporte coletivo você não ganha nada sozinho ,o trabalho é em equipe com certeza ,é a chave para o sucesso.

 

Uma curiosidade ,como Capitã você já se desentendeu dentro de quadra com de time ou Seleção por discordar,como lida com esta função?

Ser Capitã não é mandar em ninguém ,primeiro as outras atletas tem que confiar em você para que quando você fale ou faça algo elas entendam que é para o melhor da equipe.

Procurei sempre ser amiga de todas, em quadra com certeza há discordância de ideias e atitudes ,mas depois com uma conversa extra quadra tudo se resolve.

 

Qual Seleção dentro do grupo do Brasil nas Paralimpíadas na sua opinião é a mais difícil para vencer?

Estados Unidos é uma equipe muito forte e uma das favoritas ao Ouro ,é uma equipe equilibrada e taticamente bem organizada  mas vamos dar o nosso melhor  e o jogo só termina com o apito do árbitro.

 

Quando a Seleção se apresenta ? E você pretende levar familiares para assistir aos jogos em Setembro?

Nós vamos viajar dia 20 de agosto para o  último treinamento que se realizará na Andef no Rio de Janeiro, depois dia 31 vamos para a Vila Olímpica .

O apoio da família é essencial neste momento, minha irmã e meu esposo estão se organizando para estar lá na torcida.

 

Eles já conseguiram ingressos ? o CPB(Comitê Paralímpico Brasileiro) estabelece uma cota mínima de ingressos para quem compete?

Então...cada atleta tem direito a 2 ingressos por jogo.

Mas creio que no dia também estarão sendo vendidos e os preços estão acessíveis para todos.

 

O número de Paratletas no Basquete vem crescendo?

O Brasil tem hoje grandes atletas que estão na Seleção e muitos que também não estão ,mas isso é uma questão que não cabe a mim falar .

Mas hoje no Brasil existem muitas meninas que voltaram a ter ânimo em jogar basquete ,isso é bom pois nós precisamos de novas atletas capacitadas e treinadas para estar abrilhantando cada vez mais nosso basquete.

 

Vocês devem receber bastante carinho nas ruas ,de um modo geral a sociedade está mais consciente sobre o trabalho dos Atletas Paralímpicos?

A gente recebe bastante carinho e atenção das pessoas sim.

Hoje em dia as pessoas tomaram mais conhecimentos sobre os atletas paralímpicos ,até porque está sendo mais divulgado .

O Atleta hoje deixou de ser aquele coitadinho na visão de muita gente e passou a ser olhado com respeito.

Se os clubes de massa brasileiros montassem equipes paralímpicas iria avançar muito em relação à popularidade .
Flamengo que investe bastante em Basquete e regionalmente Re x Pa no Basquete em Cadeira de Rodas ,é possível? O que está faltando para acontecer?
Seria muito bom se mais pessoas investissem no Basquete em Cadeira de Rodas .mas isso requer muito trabalho e dedicação ,muitos não querem esse trabalho .
Aqui na nossa capital, Belém, somente existe equipe feminina no All  Star Rodas ,temos duas equipes femininas e seria muito bom se mais equipes se formassem.

 RE x PA é emocionante em qualquer esporte e pode ver isso no Basquete em cadeira de rodas seria muito bom .
Acho que falta mais investimento para que um dia isso venha acontecer.