Uma noite daquelas...

    Crédito : Ricardo Stuckert/CBF


Da Redação: Adriana Santos



12 de agosto, e  no Mineirão uma noite que terminou cheia de adrenalina e alívio para o Brasil.
 
A ausência de Cristiane ,um estádio calejado por uma certa goleada constrangedora em 2014, adversárias conhecidas com uma torcida ao lado.
 
Tinha prós e contras como há em tudo na vida mas o jogo foi se desenhando  para transformar quem estava em campo em heroínas e vilãs.
 
Foi uma longa e interminável espera com poucas chances reais de gols e  perdidas ,uma delas arrancou suspiros.
 
Debinha  chutou e obrigou a goleira Williams a espalmar.
 
Visivelmente tensas pela demora do gol as brasileiras não conseguiram repetir as atuações que provocaram comparações com a Seleção Masculina.
 
Era mata-mata ,abalou a criatividade mas não a vontade.
 
Andressa Alves, Formiga  e até Marta com as pernas marcadas pelo cansaço tentou mas a bola não entrava.
 
As australianas ainda lamentaram a bola na trave brasileira.
 
Tormento da prorrogação e uma primeira fase brilhante poderia se despedir contra a vontade.
 
O Brasil foi ao ataque mas nada de gol no primeiro tempo.
 
Marta não se deixava vencer pelos músculos doloridos de quem parecia estar jogando há mais de 24 horas e mesmo assim fez bela jogada chutando fraco.
 
Era preciso ser muito forte para suportar o que viria pela frente.
 
O que chamou minha atenção:
 
Torcida estreitando laços com a Seleção Feminina de Futebol, sofrimento e ajuda ,torcer não deixou a equipe desmoronar.
 
Marta como vilã?
 
No Futebol existe uma estranha mania que  destrói ídolos,  forja" inimigos" e que joga a torcida contra aqueles que por um motivo ou outro não conseguem resolver sozinhos um problema que é de todos.
 
Barbosa´, uma triste constatação de pichação pública em 1950.
 
O Camisa 10 Zico que perdeu pênalti na Copa do México em 1986 também sentiu o gosto ferino da crítica .
 
A Camisa 10 Marta ,perdendo um pênalti  via o mundo desabar em suas costas, com o impacto ajoelhou chorando.
 
A goleira Bárbara sem a pretensão de ser a heróina ( mas foi ) segurou a onda de  tristeza .
 
Duas defesas ou dois gols camuflados,  ela salvou o país e muito mais isso.
 
 Bárbara reverteu uma situação que iria manchar uma história de entrega, garra, talento e amor de Marta com o Futebol Brasileiro.
 
E de injustiças o esporte está cheio.
 
A torcida brasileira que chorou pela classificação ,pelo alívio de Marta ,pelo injustiçado Futebol Feminino neste país que condena ídolos em prisões perpétuas do desprezo se enche de esperança.
 
A Medalha de Ouro que pode e deve virar o jogo para as "meninas,  boleiras e  operárias "está cada vez mais perto.
 
Primeiro a semifinal contra a Suécia e depois... o futuro que é uma Súmula em branco.
 
 

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