Eureka PaiD'égua-Parte 3

A vencedora na vida ,Andreia.
Crédito: CBBC/Divulgação

 
 
 Da Redação: Adriana Santos

 
Atleta: ANDREIA Cristina Santa Rosa Farias
Clube: Associação dos Deficientes Motores  do Ceará/ADDECE
 
Quando foi que o Basquete em Cadeira de Rodas entrou na sua vida?
Em 2007
 
A sua família apoiou ou teve alguma resistência a vencer? 
Eu passei de três a quatro anos tetraplégica e quando recuperei o movimento do braço fui a uma Associação voltada para pessoas com deficiência e lá estavam duas meninas conversando a respeito de basquete.
Perguntei aonde era que elas jogavam e se eu podia jogar também, e fui , desde este dia não parei mais.
 E minha família não queria que eu jogasse porque eles pensavam que eu fosse ficar tetraplégica de novo, mas depois me apoiaram e muito.

E como você ficou tetraplégica?
Fui espancada pela minha tia, Irmã do meu pai ,aos 14 anos de idade

Você enfrentou dificuldades no início para adaptação após ter ficado tetraplégica com mudanças em sua rotina?
Quando eu estava "tetra" era muito difícil mesmo, precisava de ajuda para coisas simples tipo coçar o rosto.
Foi muito por conta disso ,mas depois  que comecei a mexer o braço quis a minha independência e aprender sozinha fazer tudo.
Não era fácil por conta do meu equilíbrio, mais era bem melhor do que estar só em uma cama dependendo dos outros.
 
O Basquete te deu mais liberdade, você conseguiu recuperar movimentos na Fisioterapia e já chegou a mudar de classificação funcional?
No decorrer do espancamento não foi só a minha coluna que quebrou, tive Traumatismo Craniano no grau bem grave, então ... sequelas .
 Não lembro do meu passado e tive que conhecer todos os meus familiares e amigos novamente, então pra mim nasci em 2000 e na verdade sempre fui ponto 1 nunca mudei de classificação.
 
E quando você entrou em quadra pela primeira vez foi um novo renascimento?
Sim ,o Basquete me deu uma vida maravilhosa, mas essa foi e está sendo a minha vida e só tenho que agradecer a Deus pela oportunidade de viver tudo isso que vivo no basquete.
Minha primeira vez em quadra foi muito emocionante mesmo com muito medo também.
Tinha medo de cair e ficar tetraplégica de novo, mas quando descobri que eu podia fazer esse esporte de verdade, nossa! Fiquei muito emocionada e me dediquei fazendo com amor.
Porque foi amor à primeira vista, O basquete pra mim é a base de tudo na minha vida e na minha recuperação.

Foi um novo mundo se abrindo: competições, amizades, contatos com profissionais que melhoraram sua reabilitação e viagens. Foi sentindo o impacto aos poucos?
No mesmo ano que entrei no basquete fui logo pré-convocada para o Parapan do Rio em 2007, não fiquei entre as 12 mais isso me deu um ânimo para eu lutar e ir nas Paralimpíadas de Pequim na China em 2008.

Você realmente ficou envolvida pelo Basquete em Cadeira de Rodas...
E desde lá só fui cortada da seleção por motivos de doença.

Você já conquistou títulos, qual deles é o mais especial?
O título a nível de Seleção Brasileira foi a primeira medalha no Parapan de Guadalajara México em 2011.
E a nível de clube foi o brasileiro pelo All Star, fui destaque ganhando o troféu de Melhor Atleta, eras acho que foi em 2010 aí em Belém.

O Basquete em Cadeira de Rodas no Pará precisa de mais carinho e atenção?
O basquete precisa de muita atenção.

O All Star Rodas é uma iniciativa belíssima, fale um pouco sobre este projeto.
O All Star é uma ótima iniciativa, ele resgata pessoas que realmente estão precisando de ajuda, novos deficientes.

Quais são as suas expectativas em relação aos Jogos Paralimpicos no Rio?
Eu sou competitiva, creio se todas as meninas acreditarem e dar o melhor em quadra a gente pode sim .
Mas se todos estiverem desacreditados não vamos conseguir todos já estão falando que não consegue,mas eu digo só são 5 meninas dentro de quadra e 
nós somos 5 também.
 Podemos sim acreditar e fazer por onde para conseguirmos bons resultados

Agora você mudou de equipe ...
Estou em  uma equipe chamada ADDECE mas sou apaixonada pela equipe All Star Rodas foi lá que eu me tornei a atleta que sou.

A mudança de cidade vocè tirou de letra, sentiu falta de Belem?
Sinto até hoje à falta da minha cidade, amo o meu Pará.

Como era o seu convívio com o técnico e idealizador do All Star Wilson Caju?
Ele é uma pessoa que sempre cobrou de mim muitas coisas, e viu o meu potencial muito antes de eu saber que tinha um futuro brilhante no basquete.

Quais são os seus ídolos nos esportes olímpicos e paralimpicos?
Eu tenho uma admiração pela atleta Zeen da Alemanha, treino para ser melhor que ela.
 A classificação dela é 1.5.
Olímpico eu gosto muito do de americano que eu não lembro o nome (Risos) é o que está mais na mídia.

Você já jogou contra ela?
Já joguei sim contra ela, ela joga demais.

E como foi jogar contra alguém que admira ?
Deixei a minha admiração do lado de fora da quadra e tentei ser melhor que ela.
Entrevistei o Mecânico da Seleção Marcelo Romão e perguntei se tinham cadeiras reservas, você já enfrentou algum problema com a sua cadeira que te impediu de entrar em quadra?
Ele é muito gentil também, é  uma ótima pessoa e um excelente profissional.
Já tive problemas com a minha cadeira sim, mas o Marcelo é o melhor Mecânico que já conheci, ele resolve muito rápido o problema e nunca fiquei sem competir.

O que costuma fazer para se divertir quando não segue a sua rotina de atleta?
Nossa essa pergunta é muito difícil, praticamente a minha vida é basquete e me divirto muito com basquetebol.
Mas gosto de assistir uns filmes...

Prefere humor,terror,ficção ou romance?
Eu gosto de todos esses aí(Risos).

Qual  o recado quer  deixar para as pessoas com deficiência e que ainda não estão praticando esportes .
Que não se escondam por trás de uma deficiência para serem infelizes ,que agradeçam a oportunidade que Deus está dando novamente pra eles.
 Para eles mudarem o futuro da vida deles e  praticar esportes, Que não há coisa melhor.
E  o céu é o limite...que procurem fazer algum esporte.














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